sexta-feira, 22 de julho de 2011

Nós não somos ignorantes


Antes de começar o post, quero dizer que isso não é um desabafo, e muito menos uma mensagem de revolta, é uma crítica contra esse coronelismo, a máfia do capitalismo da educação e da decadência dos reitores e diretores que se intitulam “semi-deuses”, que se acham no direito de julgar o mérito dos nossos estudantes do Ensino Médio.

Eu não falo por mim, eu falo por mais de mil estudantes, que representam 25% das vagas fornecidas pela UnB. E na condição de estudante de Ensino Médio e cidadão brasileiro, quero deixar claro que a Universidade de Brasília, a Secretaria do Estado da Educação e a Justiça Federal não fazem a mínina idéia da educação do Ensino Médio brasileiro. Ocupamos primeiros lugares, estamos sempre brigando por vagas em universidades e concursos, somos a massa que mantém o comércio educativo. E por sermos jovens, acham que somos imaturos, não sabemos o que queremos. Dentro do Ensino Médio, seja ele público ou privado, nos focam desde o primeiro ano, o Programa de Avaliação Seriada (PAS) e o Vestibular, que é o órgão máximo do ensino médio, onde todo o conteúdo ministrado nos três anos é aplicado em uma prova de alto nível separados em dois dias, ciências humanas e suas tecnologias mais uma redação e ciências da natureza e suas tecnologias, com itens diversificados, questões que abrange mais de uma matéria, chamados multidisciplinares.

Com que autoridade a UnB nos rejeita se é a própria que faz o processo seletivo? Quem é a Secretaria para decidir na nossa vida estudantil? Qual é a justificativa da Justiça Federal de recusar direito e o mérito do estudante? Os poderes que essas instituições possuem são enormes, e infelizmente, não é de acordo com nossos interesses, tampouco com o progresso do país. É o lucro, o zelar de um nome, uma troca de favores, é a nossa herança maldita: coronelismo. Quem está dentro do setor administrativo da secretaria são donos de instituições privadas, que não querem perder suas mensalidades, junto com a UnB, que quer zelar por um nome, em uma medida grosseira de ignorar o mérito e a audácia dos estudantes aprovados que nem concluíram o seu Ensino Médio. E com um aperto de mão ali, uma vaga na reitoria aqui, e fecha o cerco para os estudantes. Avanço de estudos só com 75% de presença dos dias letivos do 3º ano e negação de todas as petições dentro do tribunal federal.

Mas há estudantes que conseguem seus diplomas de maneira legal por causa de suas instituições não serem vinculados com a Secretaria, no caso, os colégios militares. Por adotarem outra política de ensino, e a UnB e a própria Secretaria aceitam como válida os avanços de estudos. Qual é a diferença de estudantes do 3º ano com estudantes do 3º ano? Afinal, o artigo 5º da constituição federal não nos serve para nada. Não é querendo desvalorizar os estudantes dos colégios militares, mas suas instituições estão passando por cima de direitos de instituições regulares. Onde está ética? Onde está a coerência? O argumento da universidade realmente é plausível? Porque existe essa segregação de colégios normais e militares? Em momento algum deixamos de ser inferiores ou menos intelectualizados por esse fator, porque a mesma pressão psicológica, o incentivo dos professores e o principal, o resultado, foi o mesmo.

Nós não somos indigentes, nós não somos imaturos e muito menos, incapazes. Vocês ao menos querem ouvir o argumento dos estudantes quando entram em um processo judicial, tampouco pensam naqueles que não tem condições de pagar um advogado para ter um direito seu. É lastimável ter nossos potenciais desvalorizados, nossas capacidades limitadas e sermos reprimidos, e com toda a certeza, não é privando nossas vagas que vocês aumentarão seu rank dentro das melhores universidades do país. Nunca tivemos um governo que realmente valorizasse o estudante, sempre ficamos submissos a aceitamos as condições em silêncio. Quem deve saber de nossas vidas estudantis somos nós mesmos, quem deve tomar as melhores e piores decisões, quem deve assumir nossos conteúdos, nossos estudos, e nossas vitórias somos nós. A UNE, os grêmios, as instituições que ficam de mãos atadas devem se mobilizar contra esse sistema injusto, os estudantes devem valorizar mais suas críticas, se não querem nos escutar que gritem, saiam nas ruas, que ocupem a Secretaria, que cobrem de seus governantes, ou até mesmo “xinguem no twitter.” Estudantes do Ensino Médio, unir-vos!

2 comentários:

  1. Nossa, estou cada vez mais encanta com seu blog, super , ulltra, mega inteligente, diferente, com um cunho social e político, militante e incoformado. Saiba que estou torcendo pra q tudo dê certo em sua vida. Um super bj:)

    P.s: continue na luta, sempre em frente

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  2. Quando vamos conseguir ser ouvidos? Por que a segregação é grande? Eles nos generalizam como imaturos, mas eles não nos conhecem, nunca ouviram nada de nossas bocas, e acho que isso não vai acontecer se depender deles, mas se depender de nós, eles ficarão surdos, porque nós temos voz sim, se eles não escutam, que se preparem, isso vai acabar. "Estudantes do Ensino Médio, uni-vos!"

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