terça-feira, 29 de novembro de 2011

Receios

Hoje foi um dia sozinho, salvo as ótimas conversas que eu tenho com minha amiga existencialista, que ela entende como me sinto e meus conflitos. Mas enfim, hoje senti falta de pessoas importantes para mim, a ausência delas me enfraquece, me desmotiva. Não me sinto completo, e tenho receio que isso venha ser um sentimento que me acompanhe nessa nova etapa da vida capitalista, esse monstro, que é quase visível a olho nu, resume toda a vida, todas as relações sociais, a busca de concretizações dos sonhos, a complexidade sentimental dos seres humanos a mera relações monetárias, a partir de agora, estou seguindo o caminho para o nada, é como se tivesse entrado em uma esteira gigante cheia de gente, com o final dela seja um abismo, e que a velocidade que ela se encontra é maior do que a velocidade das pessoas, apenas somos aquilo que movimenta essa esteira, não saímos do lugar, e se parássemos, somos levados para esse abismo. Nós nascemos, criamos o contato com fatores banais, como natureza, pessoas, cheiros, gostos e enfim, tudo que nós apreciamos, para que quando estivermos em idades produtivas, abdicar isso tudo para servir um modelo de produção, para que no final, você volte ao seu estado inicial, para recomeçar a viver. 
Todas essas necessidades e relações impostas pelo capitalismo são efêmeras, são para que você se sinta útil sendo descartável, essa busca incessante de vencer na vida, essa burrice de se seguir o modelo universal de vida, nascer, crescer, trabalhar, casar, filhos, cuidar, envelhecer, esquecer e morrer. É isso que o mundo quer que eu me torne? Um vazio? Um descartável para ser usado e facilmente substituível? Onde está a essência? Onde está meus sentimentos? Onde estão os laços que eu criei? Mortos. "Porque uma hora a gente tem que amadurecer e esquecer essas idéias revolucionárias, porque no mundo não se tem amigo de verdade, é só você por você." Se isso for amadurecer, que eu seja uma criança adulta, e que mesmo eu vir a viver na subsistência de uma vida medíocre imposta pelo capitalismo, aceitarei-me como liberdade, com a complexidade que sou, tentando de todas as formas resguardar o que há de humano em mim, tentarei valorizar as pessoas que amo, que desejo (e muito) compartilhar não só minha vida, mas quem eu sou. Quero construir meus laços pela pura simplicidade, sem que haja motivos ou interesses colocados nisso. Ser o agente ativo da minha vida, de escolher rumos por opções pessoas do que financeiras. Desejo sensibilizar as pessoas, não de maneira sensacionalista ou apelativa, mas por elas se descobrirem que existe um universo de sentimentos dentro de si, e outro universo paralelo que interage com ela que se chama mundo.
Efemeridade, esse é o fenômeno chave que desencadeia toda essa rede universal que nos conecta com tudo. É o que sustenta a produção capitalista, que não lhe deixa construir laços duradouros, que manda e desmanda nos seus sentimentos, que faz de refém sua liberdade, é o que lhe dá a certeza que você não irá viver. Qual é o motivo para seguir isso? Porque não levantamos contra isso? Porque temos que aceitar tudo que a vida nos impõe de cabeça baixa e sozinhos? Agora eu entendo meus conflitos idealizados de morte, morrer é mais do que uma simples função biológica, é você ser sua própria liberdade, toda sua conexão com o outro universo é desfeita e tem consolidado a única coisa que é eterna, você mesmo, porque está morto. Mas se há outra vida após da morte, se existe outros mundos, isso aí eu já tenho minhas dúvidas. Está perto da morte é ver de perto sua humanidade, é expor seus sentimentos trancafiados, é ver uma possibilidade de perda em que o dinheiro não vai lhe garantir sua vida ou a vida de quem você ama. Por isso, me mato todos os dias na minha mente, para que eu possa aceitar minha idealização e conseguir conviver novamente nesse mundo doente.
O que quero deixar a você querido(a) leitor(a), é que você realmente pense sobre o que está fazendo. Será que seus sonhos não foram plantados por uma necessidade que não é sua? Você precisa manter essa necessidade? Para onde você vai com isso tudo? São questionamentos que deixarei a mercê da história, assim como o conhecimento, ele é o que eterno e um agente transformador de vidas. Por agora, quero dizer que as pessoas que me motivaram a escrever isso, obrigado, a ausência de vocês hoje (e outros que já estão ausentes por mais tempo) me fizeram querer ter mais vontade em construir laços sólidos e duradouros, que seja resistente à efemeridade e ao mundo, e que cada um de vocês existe uma parte da minha essência, que só se completa com a única coisa que nos dá a certeza que somos humanos, o amor. Sim, estou chorando e eu amo vocês >_>'!

[Edit] Esqueci de botar uma música para resumir isso tudo! E nada mais profundo, existencialista e esquerdista do que Legião Urbana!


 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Please, stand by

Hoje realmente foi um dia pensativo, uma sensação coletiva tomou conta dos nossos sentimentos, nem sabíamos de onde vem, tão pouco descrevê-lo. Fiz-me então uma autópsia, analisei cada ponto, me sensibilizei e por fim, refleti sobre cada ponto, tentando desembaraçar o emanharado de sentimentos, pensamentos, ações, enfim, o que me forma como essência. Bem, eu não consegui, mas tive um pequeno avanço, o tal sentimento que nos tocou hoje era o da incerteza, que desencadeia outra série de sentimentos como medo, aflição, angústia e todos aqueles que nos dão a insegurança que move as suas ações/pensamentos. Mas incerteza de quê? Medo de quê? Fácil, de tudo, de todos. Talvez hoje foi o estopim do que eu estava me alfinetando, talvez seja o resumo de todos os outros posts. Correr para sentir, que se sente vazio, que corre de novo, que não fica sozinho, que dá risadas e depois chora, que vê alguém e corre outra vez, pois sabe que pode resolver, depois se mata por dentro e surge uma outra cópia, novinha, que está disposta a vivenciar esse ciclo vicioso. O que diabos é você? Que martirização é essa? Você só sabe correr, mas corre porque? Pra se sentir livre? Para dizer que você é autossuficiente? Ou para se esconder? Espreitando as beiradas, roendo sentimentos efêmeros, como um rato?
A cada encontro consigo mesmo, torna-se necessário esquecer parcialmente de você e dos outros, se não fosse por isso já teria se enforcado a muito tempo. Esse incômodo latejante na sua cabeça, que lhe faz surtar dentro de sua cabeça e que mantém forças para te manter "normal" ao olho nu. Existe uma terceira pessoa em você que enxerga, de maneira quase indireta, toda a interação do seu ser, e que te lhe dá a orientação e vias para que possa mediar o "entre em si" e "entre o mundo". Pessoas-Chaves lhe dão outros contrapontos, e a partir delas você se sente seguro e retira dali as forças necessárias para manter essa crosta espessa que esconde sua essência. O grande problema são as rachaduras, gotas da realidade que você deseja ignorar, entram através dela e provocam toda a instabilidade do seu ser, e fica explícito o antagonismo entre essência e existência. Desculpe-me Sartre, a existência não precede a essência, ela na verdade, coíbe-a. E o que você faz? Corre, até cansar, até esquecer e volta ao seu estado inicial. As rachaduras estão ficando maiores, a incerteza lhe consumindo, o incômodo tornando-se incisivo, e seu emaranhado mais complexo. Até que ponto você acha que isso será sustentado? Porque não toma suas decisões e abraça as oportunidades? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vianense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse, mas você não morre, Você é duro, Artur. Inerte, continua a querer sonhar o sonho dentro do sonho. Confortável e "seguro".
Cansa-me em ter ver, de saber que enquanto eu não tomar uma ação, você não tomará, que ficará alienado com seu próprio conhecimento. Você é sua pena, sua cadeia, sua própria justiça. Abstrair-me-ei de ti, para que possas ser o que não és. Talvez chegara a hora do encontro direto das duas esferas, a real e a idealizada, para que se cesse o conflito, e que possamos nos resolver de vez como essência e existência.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Covardia

      O ser humano é covarde por natureza, escolhe sempre o caminho mais fácil, procura pensar só no seu bem, não pensa no sentimento alheio, e quando pensa não tem coragem de fazer o que é certo. Iludi-se e ilude os outros, seus sentidos estão todos enganados. O instinto de autodefesa mais repugnante, digno de desonra. e inglório. Sua força mantém de pé os fracos, para que possam se manter firme suas ilusões. Dissimulam sentimentos, constrói para os outros uma imagem idealizada, e dentro de si corrói as dores de sua covardia, pois o covarde sabe o que ele é, só não tem coragem de assumir isso. Se torna aversivo as soluções que lhe causarem dores, se esconde atrás de máscaras, se alimenta da própria mentira, e o pior de tudo, não acha que fere alguém todos os dias.
      Eu assumo, eu sou covarde. Fujo da minha realidade, das pessoas e de tudo que for inconveniente para mim. Faço-me em minha ilusão, sou a personificação da minha covardia. Sou o incapaz de tomar atitudes, e de pensar no sentimento alheio, sou o que deixa à desejar de mim aquilo que não posso realizar. Sou o amor irrecíproco, sou a sombra de alguém, sou um rato correndo ao esgoto procurando se esconder. Eu sou o pior covarde, pois sei a solução. Mas prefiro fugir das possíveis dores, e deixar que o tempo resolva as coisas. O tempo não tem discernimento, ele pode passar e resolver, ou pode permanecer e ficar alimentando os problemas. Foi aí meu erro, deixar tempo decidir ao sentimento. Não, eu não queria isso.
      Não vale a pena amar um covarde, ele não será capaz de assumir o próprio amor, mesmo que ele ame. Ele sempre se esquivará de todas suas acusações e declarações. Ficará imóvel quando jogá-lo na cara uma verdade, e tentará se esconder em um riso maquiado. Ficará na espreita de uma iniciativa de outro, e na insensibilidade com o próximo. Ele será asqueroso, irá fazer tudo o que lhe for conveniente e depois não irá assumir responsabilidade alguma. Não será capaz de ser honrável, nem tampouco coerente com suas ações. Sofrerás horrores, por alguém que não merece ser amado por ninguém.
       Por fim, deixe-o partir para sua covardia. Ele terá que sofrer para sentir-se necessitado de coragem, sua ilusão não se sustenta a vida toda, a luz cessará as sombras e as pessoas irão embora. E quando o covarde, vendo-se incapaz de ser esconder, não terá escolha, a não ser aceitar sua vitória dolorosa. E em paralelo, será tarde demais para se tomar coragem, pois onde ele devia ter tomado, a oportunidade já se passara. O covarde só deixará de ser um, não quando criar coragem, mas quando for capaz de assumir sua covardia e lutar contra ela.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A meretriz dos impotentes

      Sempre a espreita de uma oportunidade, ela sussurra em meu ouvido. Violenta e vulgar, estraçalha minhas emoções e me deixa aberta minhas feridas. Sua rouquidão é agonizante, quando a escuto, me sinto pálido, inócuo, impotente. Ela nunca deixa espaço para argumentações, rude e fria, me joga todos os malfeitos e expurga o que há de humano em mim. Meu empirismo já não é confiável, meus sentidos se invertem, eu escuto com os olhos e vejo pelos ouvidos. E sempre a mesma imagem me vindo a tona "você não tem coração", "você não é digno", "você não é nada". E vulgarmente, ela se oferece, como se não houvesse outra escolha, sinto o beijo gélido, meu rosto branco, os olhos opacos. A sensação de ter alguém perfurando suas entranhas com agulhas, lentamente, mas o vermelho não combina com a decoração. Lutar contra sua essência por sua existência, talvez eu nunca tinha percebido que os dois eram antagônicos entre eles. Se existir é se inibir, tornar-me-ei inexistente, aceito sua condição, então faleço-me por dentro, e somente existo por fora. Por ora, deixe-me partir, não quero ouvir suas desculpas e nem seu sorriso disfarçado, sua ganância me deixa enojado, atira-se em qualquer frágil que lhe dar ouvidos. Opinarei pelos meus laços, mesmos eles amarrados no meu pescoço, confiarei em cada um, e só lhe darei ouvidos quando eu tiver a certeza que todos eles estão suficientemente distantes para me sufocar. Até lá, retire-se de trás da porta, pois vou deixar-lá sempre aberta para o outro lado.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A existência inexistente


29º C, um dia relativamente quente em brasília, esse calor faz que minha cabeça lateje e que minhas idéias sejam externalizadas, e que agora me encontro aqui, no ápice das minhas idéias, a escrita, que somente ela consegue me definir com enorme precisão. E em falando em definições, algo que me vem incomodando, a superficialidade das pessoas, assim como um livro, cada pessoa tem uma interpretação diferente sobre você, lhe põe adjetivos, estereotipa suas ações, se de um ou dois segredos e lhe define, e que com isso, acha que sabe sobre sua pessoa. O que me incomoda também é a incompreensão e a limitação do ser (a propósito, se você achar que tudo isso que escrevo é asneiras, sinta-se livre para fechar a página e voltar a olhar seu facebook e ficar no seu mundo das razões, sentir sentimentos frios e viver como ser ignorante) o que as pessoas não entendem é a profundidade de cada ser, os laços que se mantém pulsantes entre suas relações sociais, a nossa complexidade como indivíduo com um leque de opções para se viver, sentir, analisar, externar, guardar e outra infinidade de coisas que somente você por ser humano, você pode fazer.

Voltando a superficialidade, creio que ela acontece da seguinte forma, a partir do momento que você interage com uma pessoa, ela já cria um pré-conceito sobre seu perfil, lhe dá um nome e uma cara e compara com alguma experiência que já tenha vivido, e a partir que o laço vai se formando, desconstruções são feitas na opinião dessa pessoa, e mescla-se com os pré-conceitos e pronto! Aí está você para aquela pessoa, que se ela te descrever e você mesmo se descrever, verá uma discrepância entre sua descrição e a dela. Por isso existem muitas pessoas que tem problemas para achar suas identidades, pois, são tantas definições sobre você que é normal ficar perdido. E o grande problema, é saber que você não se conhece e muito menos o próximo, e ficamos em um grande teatro, onde cada um sabe sua fala, mas não entende o porque dela, nem tampouco porque está ali, sentado em uma cadeira, escrevendo um monte de coisas, falando besteiras e se fingindo de idiota. Por isso seria uma boa ideia perder minha consciência sobre minha existência, um ser ignorante, que está apenas ali para nascer, crescer, desenvolver, envelhecer e morrer, mas penso o quão chato seria isso, então prefiro ficar nas crises existencialistas e mudar uma realidade permutável.

Cada pessoa tem sua profundidade, o problema é que as pessoas não querem ser profundas, pensar dói, a ilusão é mais doce do que a realidade, e me irrita aqueles que pensam que o é real é aquilo que pode ser concretizado, não pensa nos reflexos das ações humanas, os sentimentos, as interações sociais, os laços, a existência por completa. Afinal, se o que penso é tão abstrato e fora do real, tente sorrir quando alguém que você gosta muito já virou as costas para você, ou nem sabe que você existe. Tente entender com sua razão metódica o porque que você acorda irritado sem saber o motivo, ou quando fica alegre com pequenas coisas. Sabe, penso que as pessoas não gostam de se mostrar, afinal o "eu" é grotesco, até você tem medo dele, imagine uma pessoa te descobrir que quando está sozinho, você chora, berra, dança, tira meleca do nariz!

Enfim leitores/as, peço-lhes desculpas se alguém aqui ficou ofendido, mas é uma opinião que não posso esconder, ultimamente ando bem estressado. Em suma, o que venho trazer aqui é a ideia que a realidade é a mesma, a perspectiva é diferente, faça-se em ti mesmo para que possas entender o mundo.

E para finalizar, um trecho do livro de Clarisse Lispector, a hora da estrela e uma música que resume isso tudo que eu quero passar:

"Eu sou sou sozinha no mundo e não acredito em ninguém, todos mentem, às vezes até na hora do amor, eu não acho que um ser fale com outro, a verdade só me vem quando estou sozinha" C. Lispector




sexta-feira, 22 de julho de 2011

Nós não somos ignorantes


Antes de começar o post, quero dizer que isso não é um desabafo, e muito menos uma mensagem de revolta, é uma crítica contra esse coronelismo, a máfia do capitalismo da educação e da decadência dos reitores e diretores que se intitulam “semi-deuses”, que se acham no direito de julgar o mérito dos nossos estudantes do Ensino Médio.

Eu não falo por mim, eu falo por mais de mil estudantes, que representam 25% das vagas fornecidas pela UnB. E na condição de estudante de Ensino Médio e cidadão brasileiro, quero deixar claro que a Universidade de Brasília, a Secretaria do Estado da Educação e a Justiça Federal não fazem a mínina idéia da educação do Ensino Médio brasileiro. Ocupamos primeiros lugares, estamos sempre brigando por vagas em universidades e concursos, somos a massa que mantém o comércio educativo. E por sermos jovens, acham que somos imaturos, não sabemos o que queremos. Dentro do Ensino Médio, seja ele público ou privado, nos focam desde o primeiro ano, o Programa de Avaliação Seriada (PAS) e o Vestibular, que é o órgão máximo do ensino médio, onde todo o conteúdo ministrado nos três anos é aplicado em uma prova de alto nível separados em dois dias, ciências humanas e suas tecnologias mais uma redação e ciências da natureza e suas tecnologias, com itens diversificados, questões que abrange mais de uma matéria, chamados multidisciplinares.

Com que autoridade a UnB nos rejeita se é a própria que faz o processo seletivo? Quem é a Secretaria para decidir na nossa vida estudantil? Qual é a justificativa da Justiça Federal de recusar direito e o mérito do estudante? Os poderes que essas instituições possuem são enormes, e infelizmente, não é de acordo com nossos interesses, tampouco com o progresso do país. É o lucro, o zelar de um nome, uma troca de favores, é a nossa herança maldita: coronelismo. Quem está dentro do setor administrativo da secretaria são donos de instituições privadas, que não querem perder suas mensalidades, junto com a UnB, que quer zelar por um nome, em uma medida grosseira de ignorar o mérito e a audácia dos estudantes aprovados que nem concluíram o seu Ensino Médio. E com um aperto de mão ali, uma vaga na reitoria aqui, e fecha o cerco para os estudantes. Avanço de estudos só com 75% de presença dos dias letivos do 3º ano e negação de todas as petições dentro do tribunal federal.

Mas há estudantes que conseguem seus diplomas de maneira legal por causa de suas instituições não serem vinculados com a Secretaria, no caso, os colégios militares. Por adotarem outra política de ensino, e a UnB e a própria Secretaria aceitam como válida os avanços de estudos. Qual é a diferença de estudantes do 3º ano com estudantes do 3º ano? Afinal, o artigo 5º da constituição federal não nos serve para nada. Não é querendo desvalorizar os estudantes dos colégios militares, mas suas instituições estão passando por cima de direitos de instituições regulares. Onde está ética? Onde está a coerência? O argumento da universidade realmente é plausível? Porque existe essa segregação de colégios normais e militares? Em momento algum deixamos de ser inferiores ou menos intelectualizados por esse fator, porque a mesma pressão psicológica, o incentivo dos professores e o principal, o resultado, foi o mesmo.

Nós não somos indigentes, nós não somos imaturos e muito menos, incapazes. Vocês ao menos querem ouvir o argumento dos estudantes quando entram em um processo judicial, tampouco pensam naqueles que não tem condições de pagar um advogado para ter um direito seu. É lastimável ter nossos potenciais desvalorizados, nossas capacidades limitadas e sermos reprimidos, e com toda a certeza, não é privando nossas vagas que vocês aumentarão seu rank dentro das melhores universidades do país. Nunca tivemos um governo que realmente valorizasse o estudante, sempre ficamos submissos a aceitamos as condições em silêncio. Quem deve saber de nossas vidas estudantis somos nós mesmos, quem deve tomar as melhores e piores decisões, quem deve assumir nossos conteúdos, nossos estudos, e nossas vitórias somos nós. A UNE, os grêmios, as instituições que ficam de mãos atadas devem se mobilizar contra esse sistema injusto, os estudantes devem valorizar mais suas críticas, se não querem nos escutar que gritem, saiam nas ruas, que ocupem a Secretaria, que cobrem de seus governantes, ou até mesmo “xinguem no twitter.” Estudantes do Ensino Médio, unir-vos!

domingo, 17 de julho de 2011

Liberdade condicionada


Conquistei minha liberdade, consigo fazer o que eu quero, decidir sobre minha vida e minhas ações, mas existe algo que me intriga, até onde a liberdade pode ir? Minha liberdade interfere em terceiros? E afinal, eu realmente tenho liberdade? Venho me questionando, debatendo e formulando respostas, e finalmente cheguei em uma conclusão.
A liberdade é ilusória, você não é livre plenamente, a moralidade e a sociedade irá te impor regras, o que é possível é a permissão dentro do limite de aceitação. A liberdade é uma prostituta, "faço o que eu quero até onde posso", o conceito errôneo de liberdade é "fazer o que quer", mas você tem um limite imposto por enes fatores, que "vai até onde você pode". As pessoas querem liberdade para sair de casa, ou para voltar, querem ter o direito de fazer o que bem entender, serem independentes, e acha que com isso, tem a liberdade. NÃO! Você não possui liberdade de fato, você tem permissões e concessões conquistados arduamente. Não existe um indivíduo que é totalmente livre, (e digo liberdade no amplo sentido na palavra, nas suas ações, sentimentos e dentro da sociedade) pois ela é condicionada. Não tem como você sair pelado e exigir não ser notado, não tem como ficar feliz se alguém que você ame morra, e sempre haverá a pressão da sociedade para julgar seus parâmetros de comportamento e ações.
Aqueles que possuem "liberdade" ou estão vivendo fora de uma sociedade, ou estão vinculados com poder. E dentro do nosso sistema capitalista, a liberdade também é comprada. Você pode ter tudo que quiser, e fazer o que bem entender, basta financiar sua. Talvez sua NECESSIDADE pode ser associada com sua LIBERDADE, quantas vezes escuto pessoas se iludindo, querendo alcançar a maior idade, achando que terá mais respeito, será escutado, irá ganhar o mundo, (e a propósito, se você for uma dessas pessoas, parabéns, acabei de desconstruir uma "verdade" sua!) mas isso, é só porque essas pessoas querem apenas chegar em casa mais tarde sem serem julgadas, necessidade. Mas pior e mais complexo de se pensar, é a sua "liberdade" para com o próximo, e essa é SEMPRE condicionada, são infinitas ações que você pode tomar, mas essas podem causar reflexos em terceiros. O exemplo clássico disso, são os pais, que podem tomar qualquer rumo em suas vidas, mas pode se refletir na vida de seus filhos. Você pode muito bem sair por aí querer pegar todas(os), mas com toda certeza, terá que ter "sangue frio" para arcar com um despertar de um amor, se ainda querer ser livre e pegar todas(os).
Para resumir, creio que a liberdade ela é ilusória, finita e puta, mas caaaaaalma! A liberdade não é negativa, ela é distorcida, assim como a maioria das "verdades" que construímos. Eu não tenho liberdade, mas tenho o "senso de liberdade", é como as asas de Ícaro, eu posso voar, só não posso ir muito alto ou ir muito baixo, mas consigo voar aonde quiser dentro dessas condições. Temos que repensar sobre o próximo, as nossas ações, os nossos sentimentos. Para que a nossa liberdade não termine aonde a do outro começa, mas que surja um novo conceito de liberdade.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

...


Dor, a trágica companhia que tenho, a que me trará sempre o descontrole sobre meus sentimentos quase absoluto, oscilando todas elas, o sorriso disfarçado, a gargalhada desesperadora, um pedido de ajuda, a maturidade cética, o amor ao próximo, a insignificância de mim. Sobra-me o silêncio, tão astuto com suas palavras, me deixa a desfiar meus sentimentos, um por um, até que sobra a dor, que para mim, são todos eles reunidos, nus e crus, jogados violentamente para fora, até que totalmente estejam expressos. A morte já passou por minha cabeça, meus olhos e minha pele, e como guardo todos meus sentimentos, ela se aproveita das minhas brechas, um estopim basta para me explodir, mas o não faz, prefere-me ver corroendo por dentro, lentamente, até ficar o vazio, e não sentir nada além dela.

O que me assusta é meu sorriso, rir diante de tanta dor, meu mecanismo de defesa antagônico, talvez seja uma tentativa de sentir alguma coisa, uma esperança no mínimo frustrada, as lembranças que vem e que vão, as palavras agonizantes, o teatro que se mantém o tempo todo pela maturidade. Meu corpo se cansou, minha alma, se é que existe alguma alma aqui dentro, está morta, o amor ao próximo sem o próximo te amar, regredir, regredir. Lástimas, compaixão, falsidade. O que eu faço diante de tantos sentimentos, de tantas pessoas? Atirar-me-ei na escuridão dentro de mim, para que eu possa encontrar novamente a luz, e não se sabe se brilha ou ofusca. Espelho? Imagem mais que real, meu idealizado se encontra lá, minhas mentiras se encontram lá, minha vida está lá. Viver da ilusão é confortável, não há dor, não há morte, perfeição. Consigo viver da ilusão enquanto a realidade não me achar, e com sua indelicadeza, banir toda minha pseudofelicidade e mostrar o que me resta: nada.

sábado, 7 de maio de 2011

"O Abridor de sorrisos"

Sempre procuro pensar no próximo, nos sentimentos das pessoas, priorizar a felicidade do outro, mesmo que a minha seja prejudicada. Já fui ao sacrifício várias vezes, em silêncio, e escondendo a dor, a angústia, a tristeza. Conheci o céu e o inferno, não consigo me encaixar em nenhum dos dois. Meus sentimentos embaralham-se novamente, como um quebra-cabeça, e tento montar uma imagem que nem sei qual é. E sempre tem aquela peça que some, "saudade", talvez aquela que faltava para você entender a imagem.
Seria bom que todos tivéssemos um abridor de sorrisos, mesmo que seja comprado, a realidade pode se tornar muito dolorosa, fazendo a ilusão uma oferta tentadora. Sentir que está próximo e ao mesmo tempo tão longe, há um vão entre as pessoas, qualquer tentativa de aproximação, de mostrar algum sentimento, é vil em sua perspectiva, acaba caindo em um abismo sem fim. O medo de se doar é enorme, o egoísmo sempre fala mais alto. E minha melhor atitude é novamente o silêncio, eu vejo isso ocorrer o tempo todo, mas fico imóvel, não posso interferir na liberdade das pessoas, mesmo que elas não saibam a importância disso, apenas me contento com o a ilusão.
Eu me sinto bem em fazer as pessoas sorrirem, me entregar totalmente a elas, sem medir conseqüência, para que eu possa conseguir fazer uma ponte nesse vão. Mas chega um momento de exaustão, porque você faz tanto pelos outros mas pouquíssimos fariam o mesmo com você? Porque esconde tanta coisa atrás do seu sorriso? E quanto mais mergulho dentro disso, mas é a vontade de ir mais fundo, mesmo que me falte ar, eu preciso saber o que há dentro de mim.
Daquilo que ela passou, se estivesse aqui, com certeza ela me ajudaria, que se entendeu depois de tantos anos em pouco tempo. É corrosiva a dúvida, mãe, te deixa agonizando até você solucionar-lá ou ela te consumir inteiro. E há de consumir lentamente, sentimento por sentimento, até sobrar um vazio, um morto com vida.
Enquanto isso, irei montando e desmontando meu quebra-cabeça, procurando a peça que falta, sentir os outros sem eles me sentirem. Irei procurar a resposta da minha dúvida. "Afinal, o que há no Artur?"

quinta-feira, 31 de março de 2011

Sociedade BURRA!


A cena que vi hoje foi no mínimo frustante, que me deixou muito reflexivo e com uma sensação de impotência terrível. Entro no micro-ônibus em direção a minha casa, com meu fone de ouvido, sem ouvir absolutamente nada do mundo, estava com meus pensamentos bem longe daqui. E assim, observava as pessoas, e uma delas me chamou a atenção. Um rapaz aparentemente jovem, com seus 25 anos, vestido de trapos e um chinelo sujo, negro, entrou no ônibus e começou a falar, não entendia o que ele dizia, até o momento dele chorar. Quando ele falou o termo "passagem", peguei dois reais na minha carteira e me dirigi até a cobradora e ele olhou pra mim e disse: "Não é essa passagem, é uma de eu ver minha mãe.". Eu fiquei sem reação, e logo ele voltou dizendo "alguém pode ajudar a ver minha mãe? Pelo menos antes dela ir pro caixão". Não sabia o que fazer, fiquei impotente, me deixei levar pela alienação. Eu não consegui ajudar-lô, tão pouco me levantar novamente para ir ao meu assento. Ele desceu logo em seguida e a sua expressão não era das melhores.
Então eu fiquei reflexivo por um tempo e comecei a questionar sobre a sociedade, sobre as pessoas, do modo que vivemos. Somos condicionados a sermos egoístas, não conseguimos mais viver se não houver uma necessidade a ser saciada. Porque eu tenho que estudar em colégio particular para ter uma oportunidade de entrar em uma universidade "pública"? Porque o conhecimento que eu tenho, outras pessoas não tem? Quem inventou a necessidade do dinheiro? Porque os cristãos não conseguem amar o próximo como amam a si mesmo? Afinal, qual é a finalidade disso tudo? Eu tenho que estudar para ter dinheiro, eu tenho que trabalhar para ter dinheiro, eu tenho que mendigar para ter dinheiro, tenho que matar para ter dinheiro, tenho que me prostituir para ter dinheiro. Que merda de sociedade BURRA, INSENSÍVEL, HIPÓCRITA! Miserável é aquele que só consegue enxergar a si, que busca saciar uma necessidade que nem foi ele que criou, reza ou dá esmola achando que irá resolver os problemas dos outros.
Me questiono também quando professores me falam "se você passar na UnB, o mérito é seu!". Experimente então ser uma pessoa incapacitada de andar, se você usar a cadeira de rodas, não é mérito seu conseguir locomover-se, será da cadeira que possui rodas. SEMPRE precisamos das pessoas, principalmente quando se trata de algum objetivo, é muito egoísta dizer que a conquista é só de quem conquistou. O mérito são das pessoas que me ajudam, que estão sempre próximos.
Do surgimento de um indivíduo até sua morte, ele está condicionado a ficar com seu pensamento egoísta imposto pelo sistema que vive. Realmente seremos HUMANOS quando percebermos a importância do coletivo. De se preocupar de fato com o próximo, de resolver problemas sociais, quando for absurdo pensar que existem cães com melhores condições de vida do que muita gente.

"O tempo é o campo do desenvolvimento humano"
Karl Marx

quinta-feira, 10 de março de 2011

E a nova filosofia de vida...




Depois de um mês, ele surge das cinzas como a Fênix, totalmente renovado, e voando bem alto! Esse tempo longe do teclado me deixou a pensar nos textos que postaria aqui, e resolvi postar hoje, porque "o ano só começa quando termina o carnaval", vale ressaltar também o dia internacional da mulher que foi nessa semana, parabéns a todas vocês, de tanta luta e preconceito, o mínimo era fazer essa homenagem, e querer que um dia, não precisar comemorar isso, nem dia da mulher, nem da consciência negra, nem de qualquer coisa que leve a segregação mas isso é uma outra história, ainda terá um post sobre isso!
Quero chamar a atenção de vocês sobre alguns acontecimentos que me ajudaram ainda mais a crescer como humano, ser pensante e extremamente complexo. Resolvi jogar fora a moralidade, estou vivendo cada dia como se fosse único, abrindo espaço para uma nova personalidade, mas para isso, tive que me resolver com muita gente, porque não posso querer ser alguém novo se eu não me resolver com o meu antigo. A maioria dessas pessoas me entenderam, outras nem tanto, mas fiz o que tinha que fazer. Após isso tudo, dei espaço a sentimentos que nunca havia sentido antes, das coisas mais ordinárias até as mais insanas, estou dando a oportunidade de sentir o gosto do veneno e do mel, faço ética sem moral porque não se vive de opiniões alheias, sentir a liberdade correndo em suas veias é uma sensação única, liberdade incondicional, sem depender de outro alguém.
Achei mais um elemento nessa incógnita cheia de variáveis, liberdade! É com ela que se decide tudo, estudar, dormir, correr, andar, transar, e todos os outros verbos no infinitivo. Infelizmente, em alguns casos, a liberdade anda junto com independência, é claro que não existe ninguém auto-suficiente em tudo, mas há uma grande interferência na liberdade das pessoas quando essa dependência afeta diretamente em suas escolhas, nos seus atos e em tudo que você possa imaginar. Mas existe liberdade para essas pessoas? Isso é muito relativo. Tem aquelas que por necessidade abrem mão da sua liberdade, existem outras que são reprimidas, há quem luta e quem espera, e outras infinitas possibilidades. Para elas, digo somente uma coisa, independente da forma de lidar com isso, não deixe de viver uma das melhores sensações do mundo, abrir mão da liberdade é abrir mão da sua vida.
Enfim, são inúmeras oportunidades que se tem com a liberdade, a escolha depende de cada indivíduo. E para terminar, Raul Seixas.





sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Faces


Meu caro leitor, com certeza você já parou naquela situação aonde que as pessoas mostram aquilo que "realmente" são, ou pessoa "duas-faces", ou aquele amor que você imaginava mas não era. Isso tudo são as formas que tanto o ser humano como os sentimentos podem assumir, e todas elas reunidas caracterizam o ser ou o sentimento. De uma forma mais simples, é como descrever alguém, baixinho, narigudo, cabeludo, estamos falando de quem? Eu, claro! Quando você fica bobo, sonha alto, fica distante, e quando vê aquela pessoa, não sabe o que fazer? Você está apaixonado! Somos de inúmeras faces, utilizamos elas o tempo todo o Artur que digita aqui é um outro quando sai dessa cadeira.
E assim, ao longo da vida, mostramos várias faces, de medo, de coragem, de mentiroso, de sincero, de amante, de bobo... O que não pode acontecer é substituir as faces por nossos valores, porque assim você não tem identidade, você não se personifica no sentimento, mas ele em você. CUIDADO! Existem pessoas que conseguem a face que quiser e usam para si próprio, essa sim é a pessoa "duas-faces" algumas por motivos psicológicos, outras por benefício.
Enfim, aproveite que você é humano e use suas faces, aquelas que você nunca usou, se descubra que você pode ser o vilão/mocinho da história, ou ser ninguém. Eu garanto a você que é muito divertido EIUHiuehiUEH, E você? Quantas faces você tem?